sábado, 14 de junho de 2008

Gente é sempre o início de tudo.

Já em 2001, na edição 749 da Revista Exame, encontrei "Clareza e Abertura na Comunicação" como um dos itens avaliados como fundamentais na lista das 100 Melhores Empresas para se Trabalhar daquele ano. Para mim não havia novidade, pelo contrário, só poderia ser o óbvio. Mas o meu ponto de vista era apenas " a vista de um ponto" (já ouvi isso em outro lugar).

Cada empresa tem seu momento de evolução, seu estágio histórico para ter ou não ter uma comunicação eficiente, aberta, organizada. Mas acredito que as empresas que ainda não estão banhadas pelo azeite da comunicação, estão perdendo sincronias (para não usar a já desgastada palavra "sinergias") importantes. Mão dupla, diálogo, olhos e ouvidos atentos são fundamentais para qualquer orquestra ficar afinada, para qualquer seleção ser campeã.

Hoje, li que a Chemtech está entre as Melhores Empresas para se Trabalhar (ranking ainda de 2007) e uma das melhores frases da reportagem era: "A empresa está ABERTA a OUVIR a equipe para melhorar cada vez mais" dita pela Gerente Geral de Operações, Sra. Denise Cardoso. Mais uma vez, a comprovação do óbvio. Ainda mais em tempos onde muitas organizações possuem jornal, revista, intranet bem arrumada, mural, informativos circulando com certa frequência mas que ainda estão surdas para o que os empregados e funcionários desejam, opinam e dizem.

Na minha avaliação, existem quatro estágios para qualquer organização no que se refere à comunicação:

1 - ESTÁGIO UM - IDADE DA PEDRA - A empresa não tem uma área de comunicação, mal possui veículos com informações disponíveis e nenhum empregado sabe ao certo o que está acontecendo. O mercado mesmo, desconhece o que é aquela fábrica ou aquele escritório;

2- ESTÁGIO DOIS - FAÇA-SE A LUZ, MAS ONDE É O INTERRUPTOR? -A empresa já sabe que "comunicação é importante e que deve começar dentro de casa", já possui um informativo e um jornal (zinho) que circula em preto & branco com certa regularidade e os quadros murais existem. Ahn, a empresa tem um site legalzinho e mas ainda não entendeu o que a comunicação bem estruturada pode fazer pela marca e pela sua reputação. Assessoria de imprensa então, nem pensar;

3- ESTÁGIO TRÊS - YES, NÓS SOMOS BACANAS - A empresa já tem uma área de comunicação, possui veículos que circulam com frequência, a intranet está atualizada e a casa parece em ordem. Algumas tem até manual de aplicação da marca bem impresso e já contrataram uma assesoria de imprensa para divulgar boas notícas (só boas). Contudo, a empresa vive da hipocrisia de que estão realmente fazendo a coisa certa, que ter veículos arrumadinhos é suficiente. Empresas que internamente, ainda fazem reinar o silêncio (um mau conselheiro) porque a comunicação não é pra valer;

4 -ESTÁGIO QUATRO - PRECISAMOS APRENDER MAIS - A empresa possui, além dos veículos de mídia, das ações integradas de comunicação, o diálogo interno como fonte original de suas ações externas. Os empregados são ouvidos, o face-a-face é priorizado assim como o aprendizado. Já sabem que a marca é um ativo valioso e que todos, isso mesmo, todos, do porteiro ao CEO são os "embaixadores da marca". Sabem que este processo é dinâmico, difícil, requer recursos e estratégia. Mas já aprenderam que diante de uma crise de imagem, empresas transparentes, com empregados engajados, ouvidos e respeitados, conseguem superar mais rapidamente situações ruins e voltar de cabeça erguida para o mercado e no relacionamento com seus públicos de interesse.

Ahn, vocês querem uma lista nominal com exemplos? Como cada organização tem seu ritmo histórico e administrativo próprio, me focarei nas empresas do estágio quatro, os bons exemplos.
Alguns, aqueles listados nas Melhores Empresas para se Trabalhar: Chemtech, Google, Albras, Masa da Amazônia, SERASA, Promon.

Enfim, organizações que sabem que são as pessoas, o início e o fim de tudo, e que a empresa possui uma marca de fantasia, com variadas percepções de valor externo, mas na hora "H" o que conta é sua razão social. E razão social, assim como a comunicação, não é novidade. É algo muito velho. Porque se gente é sempre o início de tudo, parece que estamos redescobrindo as origens quando buscamos o melhor da comunicação para resolver os problemas, para motivar pessoas, para satisfazer clientes. Para encontrar o caminho do futuro.

domingo, 1 de junho de 2008

Essa tal "comunicação interna"...

Não existe negócio sem comunicação - ainda não inventaram isso. E como qualquer negócio começa de dentro para fora de uma empresa, a comunicação interna é, antes de tudo, um jeito de fazer acontecer, gerar ação em comum, criar pontes de trânsito em mão dupla, ida e volta, permanentes. Permitir a colaboração, a troca de conhecimentos, idéias e soluções. Permitir a compreensão da estratégia e da realidade do negócio.

Uma ferramenta de gestão - ou a própria gestão? A comunicação interna de uma empresa é a costura de redes de relacionamento poderosas: empresa – empregado - cliente, empresa - empregado - aposentado – família, empresa - empregado - comunidade.Um tecer contínuo de contatos, multiplicação de informações, percepções e possibilidades.

É engraçado como isso ainda não é matéria ao menos opcional nas faculdades de administração.