sábado, 20 de dezembro de 2008

Credibilidade.


Nossa faz tempo que não escrevo por aqui! Não é preguiça, ok? É falta de tempo para dar conta deste universo midiático plural pulsante (nossa). Bom, isso até explica, mas não justifica.

Portanto, xô desculpa - aí vai uma atualização interessante (espero eu...rs):

"É difícil encarar a verdade. Para muitos gestores ainda é mais fácil ficar calado, aderir ao Império do Silêncio. Essas pessoas simplesmente não enxergam que o mundo mudou. Vivem no "faz-de-conta que ninguém está vendo, ninguém está ouvindo, ninguém está falando". lembram da história da roupa nova do imperador? Pois, em comunicação, não há como esconder que o rei está nú.

A diferença entre ter ou não credibilidade fica patente nas empresas reconhecidamente vitoriosas. Aquelas melhores empresas para se trabalhar. Também fica visível nos corredores da empresa, o real termômetro da credibilidade. A gente descobre se a credibilidade está viva ou morta na hora do cafezinho, depois da reunião na chamada "Rádio Corredor". É lá que encontramos ou não a verdade como base. Onde as ações correspondem às informações e vice-versa."

(Trecho do artigo: "A construção da credibilidade e a imagem ilusória", ABERJE - 2003)

domingo, 7 de setembro de 2008

O que é o conversar?

Acredito que uma organização é feita pelas pessoas - óbvio, mas como isso é feito, senão através de conversas produtivas entre as equipes de trabalho, os terceiros e entre diferentes visões de diferentes profissionais?

Empresas abertas à conversas inovadoras, livres e, por que não, mais afetuosas, podem dar saltos de produtividade e inovação quando alinham lógica e emoção permitindo espaços mais amplos para o jeito de conversar. Humberto Maturana, professor do Departamento de Biologia da Faculdade de Ciências da Universidade do Chile defende a Biologia do Amar e do Conhecer para a formação humana. Sustenta que a linguagem se fundamenta nas emoções e é a base para a convivência humana. Suas propostas não podem ser adaptadas para as organizações empresarias? Para pensarmos...

"O conversar é um fluir na convivência, no entrelaçamento do linguagear e do emocionar. Ou seja, viver na convivência em coordenações de coordenações de fazeres e de emoções. Por isso é que digo que tudo o que é humano se constitui pela conversa, o fluxo de coordenações de coordenações de fazeres e emoções. Quando alguém, por exemplo, aprende uma profissão, aprende em uma rede de conversações." (Humberto Maturana )

domingo, 17 de agosto de 2008

Reunião com Diretor Industrial.

"Vamos montar o Diálogo Aberto, um programa de comunicação interna".
As palavras do Diretor Industrial impressionaram pela veemência. Agora, parece que a coisa toda ia andar - afinal, a ameaça de greve tinha sido um desgaste enorme para a empresa.

Logo, um dos superintendentes perguntou: "Excelente nome...Mas como será na prática? Vamos começar a falar diretamente com os empregados?". Um silêncio sepulcral paralisou o salão de reuniões para logo em seguida ser cortado pela voz do chefe: "Não, nada disso. Vamos com muita calma, em etapas lentas, graduais e seguras. Primeiro faremos uma reunião nossa, depois outra com nossos assessores de maior confiança."

O Assessor então perguntou ao Diretor:
"Podemos divulgar então o novo programa nos murais da fábrica?"
"Não, calma, deixa o diálogo aberto deslanchar primeiro..."

Foi nessa hora que o inocente estagiário acrescentou:
"Mas um diálogo já não é aberto por natureza? Acho que não existe diálogo fechado, existe?"
No que o chefe retrucou com mais veemência ainda:
"Existe sim, diálogo fechado é quando eu bato na mesa e digo que quero que seja dessa forma e ponto final. Pronto, diálogo fechado!".

A sala ficou muda novamente...até que a senhora Fafá, de setenta anos que estava servindo o cafézinho, susurrou: "Mas isso então, não é diálogo...é monólogo" e saiu de fininho para a cozinha deixando os presentes a pensar.

Ahn, o estagiário deixou a empresa uns vinte dias depois da célebre reunião. Ninguém soube dizer o porquê.

sábado, 14 de junho de 2008

Gente é sempre o início de tudo.

Já em 2001, na edição 749 da Revista Exame, encontrei "Clareza e Abertura na Comunicação" como um dos itens avaliados como fundamentais na lista das 100 Melhores Empresas para se Trabalhar daquele ano. Para mim não havia novidade, pelo contrário, só poderia ser o óbvio. Mas o meu ponto de vista era apenas " a vista de um ponto" (já ouvi isso em outro lugar).

Cada empresa tem seu momento de evolução, seu estágio histórico para ter ou não ter uma comunicação eficiente, aberta, organizada. Mas acredito que as empresas que ainda não estão banhadas pelo azeite da comunicação, estão perdendo sincronias (para não usar a já desgastada palavra "sinergias") importantes. Mão dupla, diálogo, olhos e ouvidos atentos são fundamentais para qualquer orquestra ficar afinada, para qualquer seleção ser campeã.

Hoje, li que a Chemtech está entre as Melhores Empresas para se Trabalhar (ranking ainda de 2007) e uma das melhores frases da reportagem era: "A empresa está ABERTA a OUVIR a equipe para melhorar cada vez mais" dita pela Gerente Geral de Operações, Sra. Denise Cardoso. Mais uma vez, a comprovação do óbvio. Ainda mais em tempos onde muitas organizações possuem jornal, revista, intranet bem arrumada, mural, informativos circulando com certa frequência mas que ainda estão surdas para o que os empregados e funcionários desejam, opinam e dizem.

Na minha avaliação, existem quatro estágios para qualquer organização no que se refere à comunicação:

1 - ESTÁGIO UM - IDADE DA PEDRA - A empresa não tem uma área de comunicação, mal possui veículos com informações disponíveis e nenhum empregado sabe ao certo o que está acontecendo. O mercado mesmo, desconhece o que é aquela fábrica ou aquele escritório;

2- ESTÁGIO DOIS - FAÇA-SE A LUZ, MAS ONDE É O INTERRUPTOR? -A empresa já sabe que "comunicação é importante e que deve começar dentro de casa", já possui um informativo e um jornal (zinho) que circula em preto & branco com certa regularidade e os quadros murais existem. Ahn, a empresa tem um site legalzinho e mas ainda não entendeu o que a comunicação bem estruturada pode fazer pela marca e pela sua reputação. Assessoria de imprensa então, nem pensar;

3- ESTÁGIO TRÊS - YES, NÓS SOMOS BACANAS - A empresa já tem uma área de comunicação, possui veículos que circulam com frequência, a intranet está atualizada e a casa parece em ordem. Algumas tem até manual de aplicação da marca bem impresso e já contrataram uma assesoria de imprensa para divulgar boas notícas (só boas). Contudo, a empresa vive da hipocrisia de que estão realmente fazendo a coisa certa, que ter veículos arrumadinhos é suficiente. Empresas que internamente, ainda fazem reinar o silêncio (um mau conselheiro) porque a comunicação não é pra valer;

4 -ESTÁGIO QUATRO - PRECISAMOS APRENDER MAIS - A empresa possui, além dos veículos de mídia, das ações integradas de comunicação, o diálogo interno como fonte original de suas ações externas. Os empregados são ouvidos, o face-a-face é priorizado assim como o aprendizado. Já sabem que a marca é um ativo valioso e que todos, isso mesmo, todos, do porteiro ao CEO são os "embaixadores da marca". Sabem que este processo é dinâmico, difícil, requer recursos e estratégia. Mas já aprenderam que diante de uma crise de imagem, empresas transparentes, com empregados engajados, ouvidos e respeitados, conseguem superar mais rapidamente situações ruins e voltar de cabeça erguida para o mercado e no relacionamento com seus públicos de interesse.

Ahn, vocês querem uma lista nominal com exemplos? Como cada organização tem seu ritmo histórico e administrativo próprio, me focarei nas empresas do estágio quatro, os bons exemplos.
Alguns, aqueles listados nas Melhores Empresas para se Trabalhar: Chemtech, Google, Albras, Masa da Amazônia, SERASA, Promon.

Enfim, organizações que sabem que são as pessoas, o início e o fim de tudo, e que a empresa possui uma marca de fantasia, com variadas percepções de valor externo, mas na hora "H" o que conta é sua razão social. E razão social, assim como a comunicação, não é novidade. É algo muito velho. Porque se gente é sempre o início de tudo, parece que estamos redescobrindo as origens quando buscamos o melhor da comunicação para resolver os problemas, para motivar pessoas, para satisfazer clientes. Para encontrar o caminho do futuro.

domingo, 1 de junho de 2008

Essa tal "comunicação interna"...

Não existe negócio sem comunicação - ainda não inventaram isso. E como qualquer negócio começa de dentro para fora de uma empresa, a comunicação interna é, antes de tudo, um jeito de fazer acontecer, gerar ação em comum, criar pontes de trânsito em mão dupla, ida e volta, permanentes. Permitir a colaboração, a troca de conhecimentos, idéias e soluções. Permitir a compreensão da estratégia e da realidade do negócio.

Uma ferramenta de gestão - ou a própria gestão? A comunicação interna de uma empresa é a costura de redes de relacionamento poderosas: empresa – empregado - cliente, empresa - empregado - aposentado – família, empresa - empregado - comunidade.Um tecer contínuo de contatos, multiplicação de informações, percepções e possibilidades.

É engraçado como isso ainda não é matéria ao menos opcional nas faculdades de administração.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Abertura

"Quando as coisas funcionam, as forças que as fazem funcionar são invisíveis"
Daniel Quinn

"Somos todos símbolos em realização - ou em resistência"
J. A. Gaiarsa

domingo, 20 de janeiro de 2008

Neste mundo da comunicação todo dia tem aula nova.

Quando comecei a viajar para Volta Redonda (RJ) e a mergulhar no mundo da siderurgia, para atender a CSN - Cia. Siderúrgica Nacional, eu não podia imaginar que um novo universo iria se abrir na minha cabeça. E no meu coração.

Naquela época eu tinha muito o que aprender. E confesso: neste mundo da comunicação todo dia tem uma aula nova. Continuo descobrindo coisas novas a cada contato com uma nova empresa. Novos desafios aparecem e oscomunicadores empresariais são convocados a pensar e a agir cada vez mais estrategicamente.

Mas, voltando aos "tempos siderúrgicos". Deixar o escritório da Z+G Grey, agência de publicidade que ficava em Ipanema, zona nobre do Rio de Janeiro, para viajar, quase que todo dia, e ficar mergulhado na atmosfera industrial da Usina Presidente Vargas foi uma mudança bastante grande. E muito rica.

Descobri que na maioria das vezes os clientes não precisam de propaganda ou publicidade para resolver seus problemas de comunicação. Publicidade e propaganda eram uma das possibilidades. E como redator de publicidade não seria fácil admitir isso. Daí, a beleza da história. Descobri que uma grande empresa, precisa, antes de mais nada, saber se comunicar com seus empregados.
E que comunicação interna ainda é uma questão complexa nas maioria das empresas.

Não adianta um filme fantástico veiculado em horário nobre na televisão se dentro da fábrica as promessas não estão sendo cumpridas. Parece embalagem bonita, sem conteúdo. Discurso vazio. E pode comprometer o engajamento dos profissionais - principalmente quando ninguém os avisa que o tal filme irá para o horário nobre...

Bom, o importante é o que quero compartilhar com vocês leitores (as). Este blog vai publicar alguns capítulos do livro "Rádio Corredor, Rádio Peão e outros Bichos da Comunicação.
A comunicação Interna nas Organizações". Alguns capítulos porque iniciei a revisão do livro com o intuito de lançar sua segunda edição e, por isso, não conseguirei inserir todo o material por aqui.

Espero que este trabalho seja útil. Afinal, o que eu aprendi não tem valor se só ficar comigo, na minha lembrança. Nosso aprendizado está apenas começando! Sejam bem-vindos (as).